A deixa é imperdível: sexta-feira, dia internacional da cerveja, momento apropriado para falar sobre o carisma do cantor e compositor Jessé Gomes da Silva Filho.
O sessentão voltou a ocupar grande destaque na mídia – e nas paradas de sucesso – por causa do 24º álbum em sua carreira vitoriosa.
Sim, o personagem em questão é Zeca Pagodinho.
“Mais Feliz” resume o seu estado de espírito. Felicidade que não esconde frustrações.
Desabafo
O sambista perdeu qualidade de vida nos morros cariocas e a companhia de amigos e ídolos nos últimos anos. Entre eles, Beth Carvalho, Elton Medeiros e Almir Guineto.
Zeca Pagodinho, entretanto, mantém intactas a irreverência e a capacidade de brilhar na simplicidade. Essas características o transformam em ídolo de uma geração, mesmo ele não gostando do rótulo.
Em entrevista ao jornal carioca O Globo, ele vai fundo no desabafo: “Tá difícil, eu não consigo mais ir ao morro, frequentar um samba, ir à tendinha, tomar uma cerveja, é muita violência”.
Cidadão do mundo
Se tá difícil pro Zeca cumprir uma agenda tão modesta, imagine pro resto. Por isso a rotina se resume a jogar papo fora na gravadora e visitas frequentes ao shopping onde prova cervejas oferecidas pelos amigos lojistas.
Mesmo com as restrições impostas pela violência carioca, Pagodinho não se dá por vencido: “Quem tem que ficar em casa é geladeira, fogão e televisão. Eu vou pra rua, gosto de andar no mundo”.
Nessas andanças ele nos brinda com 14 faixas do álbum “Mais Feliz”.
A música “Na cara da sociedade”, composta pelos parceiros Claudemir e Sargento Meriti, é o resumo introspectivo do cantor.
Brincadeira
A faixa mais badalada foi a regravação de “O Sol nascerá” (Cartola/Elton Medeiros) em dueto com Teresa Cristina.
A abertura da novela “Bom Sucesso” referenda o jeito Zeca Pagodinho de ser e agir. “A sorrir, eu pretendo levar a vida. Pois chorando, eu vi a mocidade perdida…”
A maturidade espelha o novo comportamento de quem aprendeu a beber com moderação.
“Hoje sou de dormir cedo, diminuir o ritmo. Pelo que fiz na vida, era pra ter morrido há muito tempo. Antigamente eu ligava o foda-se e ia”, recorda.
Os milhões de fãs do sambista, entre os quais me incluo, torcem para que a grife Zeca Pagodinho dure mais 60 anos, no mínimo.
“Deixa a vida me levar?”, é apenas uma brincadeira, segundo ele.
“Vida sem limite cobra um preço muito alto”, argumenta o mais talentoso filósofo de botequim do país.
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