Quando o coração aperta, o cérebro reage e a emoção aflora.
Precisava compartilhar a sensação inusitada de perder 2 pais num intervalo de 4 meses.
O primeiro – biológico – faleceu no dia 21 de junho em Londrina (PR). O segundo – adotivo – morreu no dia 23 de outubro em Goiânia (GO).
Os anos com final 9 sempre foram marcantes em minha vida.
Aguardava, ansioso, por novidades em 2019, justamente o período do cinquentenário.
E elas vieram embaladas por doenças, hospitais, UTI’s e mortes.
O plural é o que mais incomoda. Perdi, num curto espaço de tempo, o privilégio de contar a história “dos dois pais e das duas mães”.
50% dos protagonistas saíram de cena sem pedir licença, respeitando os desígnios de Deus.
Um, aos 76 anos, motivado por câncer no pâncreas e o outro, aos 91 anos, vítima de complicações cardíacas, pulmonares e neurológicas.
A mim restou cantarolar trecho da música “Guerreiro Menino” (Fagner):
“Guerreiros são pessoas
São fortes, são frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sonho
Que os tornem refeitos
É triste ver esse homem
Guerreiro menino
Com a barra de seu tempo
Por sobre seus ombros
Eu vejo que ele berra
Eu vejo que ele sangra
A dor que traz no peito
Pois ama e ama…”
Coincidências
Com personalidades distintas, os pais deixaram o legado da batalha pela vida em qualquer circunstância.
Hoje, mais experiente, consigo enxergar coincidências entre a saga do nordestino, nascido no Ceará, e a do paranaense, descendente de ucranianos.
Dois homens fortes, trabalhadores e carismáticos.
Foram criados em condições adversas, baixa instrução e cobrança fora do comum.
Agradeço ao Divino Pai Eterno por ter convivido 50 anos com o pai adotivo (Theodoro) e uma década com o pai biológico (Edival).
Tivemos tempo suficiente para sorrir, chorar, desentender e perdoar. Não fui o filho dos sonhos, longe disso, mas fiz o meu melhor.
Também faça o seu melhor e depois compartilhe a história com outras pessoas.
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