Presos limpando parques e jardins. Tem meu apoio
Quem nunca ouviu o ditado popular “mente vazia, oficina do diabo”. Boa parte dos 3 mil 157 presos do regime semiaberto em Goiás já reclamou, pelo menos uma vez, da falta de oportunidade na tentativa de retorno ao mercado de trabalho. Por isso é motivo de aplauso a proposta do promotor Marcelo Celestino, titular da Tutela Difusa da Segurança Pública do Ministério Público, de utilizar esses detentos temporários no trabalho de limpeza e manutenção dos parques e jardins de Goiânia.
“Recuperando as pessoas”
Tarefa mensal remunerada com dinheiro público, diga-se de passagem, algo em torno de R$ 250,00 que serão depositados na conta corrente do preso até o cumprimento da pena. Bom comportamento e aptidão para serviço braçal estão entre os requisitos básicos para integrar uma das cinco equipes com 40 detentos cada. Marcelo Celestino já escolheu até o nome do projeto – “Recuperando Pessoas e Parques” – e agora busca apoio junto à Prefeitura de Goiânia e ao Governo do Estado para tirá-lo do papel.
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Reciclagem entre as opções
É justamente deste tipo de iniciativa, comum em algumas cadeias públicas de MG, PR e SP, que o sistema carcerário goiano está necessitando com urgência. Atrevo-me a sugerir desdobramento para a proposta, certo de que vai lograr êxito, como “Reciclando Pessoas e Utensílios” numa alusão à tarefa de separar o lixo em galpões próprios para reciclagem. O leque de opções é vasto para o aproveitamento da mão-de-obra dos detentos, bastando para isso atuação conjunta das esferas públicas.
Ressocialização como meta
O promotor Marcelo Celestino está apontando o caminho através de uma proposta simples, viável e operacional. Ganhou a minha simpatia gratuita e espero que receba apoio semelhante de mais cidadãos que venham a tomar conhecimento da sua abrangência na ressocialização de detentos. As mais recentes rebeliões em presídios reforçam a necessidade urgente de se encontrar alternativas para diminuir o impacto das superlotações, tanto no regime fechado como semiaberto. Como especialista na área, o promotor está cumprindo o seu papel. Vamos apoiá-lo ou continuar de braços cruzados?
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