“Indústria da multa na Avenida T-63”. É com essas palavras que o comerciante, Cristiano Godinho Fernandes, proprietário da Pé Fresco Calçados, resume a implantação do Corredor Preferencial T-63.
De acordo com o empresário, os grandes comerciantes conseguirão sobreviver com a implantação do corredor. Já os pequenos fecharão as portas. O vereador Antônio Uchoa, do PSL, também compartilha do mesmo pensamento do empresário Cristiano. Para ele, o que se nota é que o prefeito Paulo Garcia quer mesmo implantar a indústria da multa em Goiânia.
Sindilojas
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas), José Carlos Palma Ribeiro, afirma que a situação é preocupante, que não houve diálogo da administração pública com os comerciantes e acredita que a intervenção sem planejamento é muito prejudicial para o comércio local. “Desconsideraram a atividade de milhares de pessoas. Isso prejudicará toda a cadeia que envolve o comércio local, como fornecedores e proprietários que podem ser obrigados a diminuir o quadro de funcionários”, declarou José Carlos.
Quedas nas vendas
O empresário Luciano de Brito, proprietário da Favorita Móveis Planejados, afirma que passou por esta situação em São Paulo anos atrás. Segundo ele, com a proibição do estacionamento houve, de imediato, queda de 20% nas vendas, o que fez ele não conseguir manter a loja de portas abertas. Ele teme que o mesmo aconteça na T-63 com sua loja.
Em maio, o Sindilojas realizou uma pesquisa no comércio local. Todos os entrevistados foram unânimes em dizer que terão prejuízos com a implantação do corredor. Estimam queda de 30% nas vendas, demissão de funcionários e até fechamento de lojas. Como forma de tentar minimizar os impactos negativos no comércio, o Sindilojas apresentou à prefeitura alternativas ao Corredor Preferencial; veja abaixo o quadro com as alternativas.
Congestionamento
Em resposta aos comerciantes, a secretária municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Patrícia Veras, esclarece que se a prefeitura não tomar medidas para beneficiar o transporte público daqui três ou cinco anos o trânsito de Goiânia irá travar. “Os veículos não irão andar. Congestionamento total na capital”, afirmou Patrícia.
No final de abril, o prefeito Paulo Garcia encaminhou para votação na Câmara duas alterações no Plano Diretor. Nenhuma delas atendia o desejo dos comerciantes, que é parar a obra do Corredor Preferencial. Em audiência na Câmara, a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) afirmou que o prefeito Paulo não irá voltar atrás com relação à obra que está sendo construída na T-63 e as que serão construídas na T-7 e T-9.
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