O novo hype de todas as produções culturais agora são as adaptações de quadrinhos. Tanto no cinema quanto na televisão, os heróis, vilões e fantasias são tema dos principais sucessos da indústria. E, para quem acompanha as notícias dos sites especializados, a remessa dessa nova fase das adaptações (engrossada pelo volume dos projetos da DC) é muito aguardada. Mas, antes de analisarmos as “Adaptações de HQ 2.0”, é pertinente saber: o que já existe vale a pena assistir?
“Agents of Shield”
“Shield”, a precursora da Marvel na TV, apresentou muito mais maturidade no seu segundo ano. A cada episódio, observamos um cuidado maior com a trama central e um desapego à chata fórmula dos procedurais. Outra grande conquista da série é ter sido capaz de consolidar os personagens mais importantes. Nem todos são grandes atores, mas a harmonia do elenco principal, aliada a bons momentos de roteiro, resultou em pessoas carismáticas e com as quais o espectador até consegue se importar.
“The Flash”
Ainda na memória de muitos daqueles que assistiram à versão de 1990 do herói na tela pequena, “Flash” estreou com muita responsabilidade sobre os ombros. O sucesso da adaptação antiga é tão grande que pode ser percebido até no sutil emprego, por parte de pessoas mais velhas até, da expressão “defleche”. Mas, com meia dúzia de episódios exibidos, o “Flash” de 2014 tem uma trama enxuta, entretém e agrada os leigos, mas sem ofender os fãs do cânone do velocista.
“Constantine”
Anjos, demônios, assombrações, exorcismo e combate às criaturas do mal… Já vimos isso na TV, não? Sim. “Constantine” chega com uma proposta muito semelhante à de “Supernatural”, drama com dez anos que já se consolidou no consciente coletivo do público. Os leitores de “Hellblazer” (revista que inspira a adaptação) podem discordar, mas “Constantine” ainda vai ter que trabalhar muito para evitar as comparações ou até mesmo superar a simpatia da ingênua série sobrenatural da CW.
“Gotham”
Pretendendo retratar a cidade ficcional do universo DC antes do surgimento do Homem Morcego, “Gotham” conseguiu romper com o vício de apenas apresentar personagens e casos novos a cada semana. Com um pano de fundo já muito forte de vilões e tramas, a série entregou episódios deslumbrantemente executados nos quesitos de roteiro, ação e suspense. Quem precisa de Batman quando temos Alfred?
“Arrow”
Como essa é a única das produções presentes nessa coluna que não assisto, convido o especialista em quadrinhos Francisco Costa para dar suas impressões:
“Confesso que, quando vi o anúncio da série Arrow, inspirada no personagem da DC Comics, Arqueiro Verde, fiquei desconfiado. Achei que eles poderiam repetir as pieguices de Smallville e isso não me agradava. Porém, ao dar uma chance à série, me deparei com uma excelente produção e um roteiro muito menos raso e cheio de muletas como o do seriado do Superboy. Um destaque especial fica por conta do elenco, muito bem entrosado, e para o protagonista, Stephen Amell.”
“The Walking Dead”
A veterana das series de hoje, “TWD” já deixou de ser um show qualquer há muito tempo e não há meio termo: uns amam, outros odeiam. Além da liderança em todos os índices de audiência na TV americana, o seriado tem também fãs cativos e angariou milhares de novos leitores para a HQ. Amo? Odeio? Nenhuma das duas. Aproveito os raros – mas até frequentes – momentos inspirados de boa TV zumbi.
Marco Faleiro é estudante de jornalismo e já tem mais de duas mil horas de seriados assistidos – [email protected]
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