O discurso conservador da Igreja Católica não mais atende aos interesses da sociedade contemporânea. Assuntos como o uso de contraceptivos, homossexualismo, o celibato dos padres, o casamento gay e pesquisas com células-tronco ainda enfrentam preconceito dos principais líderes católicos.
Com a renúncia do papa Bento XVI, que pegou o mundo de surpresa; fato semelhante não acontecia há seis séculos, e a escolha de Papa Francisco para liderar a Igreja Católica e o Estado do Vaticano, abre-se uma brecha para renovação.
Muito se tem falado sobre a atualização da Igreja Católica. Para muitos fieis, especialmente jovens, o discurso conservador da igreja não atende os interesses da sociedade contemporânea.
Dificuldade
Para o padre João de Bona, de 61 anos, da Paróquia Nossa Senhora Rosa Mística, localizada no Setor Bueno, a Igreja Católica, pela sua seriedade e amplitude, tem certa dificuldade para renovar e isto, de acordo com ele, dificulta o crescimento do número de fieis e permite o distanciamento dos jovens.
João de Bona, que é padre há 35 anos, defende a descentralização da igreja e acentua que é preciso estar mais próximo dos fieis, principalmente daqueles que residem nas periferias das grandes cidades. Para o líder da Rosa Mística a simplicidade do novo papa ajudará a renovar a igreja, particularmente, o Vaticano. “É preciso buscar maior aproximação com os fieis católicos, com as igrejas cristãs, com os muçulmanos e judeus. Não podemos aceitar a intolerância religiosa”, destacou Bona.
Para o padre, a Igreja Católica não tem perdido fieis. “Em números absolutos nossa igreja tem crescido. Há variações de número dependendo do continente ou país”, afirmou. João de Bona destacou que outras igrejas têm conseguido maior crescimento devido ao uso dos meios de comunicação e a difusão de locais de cultos, sobretudo nas grandes cidades, especialmente nas periferias.
Tentações
O padre reconheceu que dentro da Igreja Católica há membros que deixaram se levar pelas tentações do luxo, da aparência, da vaidade e até da busca da riqueza, mas salientou que estes membros representam a minoria dentro da igreja.
João de Bona admitiu que há um número pequeno de jovens nas celebrações das missas da Igreja Católica, porém ele acentuou que tem feito um trabalho diferenciado para atrair o público jovem à paróquia onde trabalha. “Procuro celebrar com animação, alegria e muita unção. É importante que nós líderes religiosos ouçamos os jovens e cedamos espaço a eles dentro da igreja. Temos que falar a mesma linguagem dos jovens. Só assim conseguiremos trazê-los para dentro da igreja”.
São Luiz Orione
João de Bona é natural de Santa Catarina, Região de Criciúma. Está há 4 anos em Goiânia. O padre pertence ao grupo São Luiz Orione, uma espécie de congregação dedicada à caridade em paróquias, escolas e casas para portadores de necessidades especiais. É torcedor do Cruzeiro e apaixonado pelo Criciúma Esporte Clube. Em Goiás, não quis revelar qual time tem a preferência. Disse apenas que torce pelo sucesso dos times goianos.
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