Em luz da inauguração do novo aeroporto de Goiânia nesta segunda-feira (9/5), segue:
Obras que exalam constrangimento
Foi dada a largada para agendas festivas que deveriam ser evitadas: as “inaugurações” do novo aeroporto de Goiânia e do Estádio Olímpico do Centro de Excelência do Esporte. Duas obras com mais de uma década de atraso e carimbadas por fortes suspeitas de superfaturamento. O ideal seria colocá-las para funcionar da maneira mais discreta possível, mas os governantes insistem em pagar mico. Dilma Rousseff, Paulo Garcia e Marconi Perillo ainda vão “comemorar” os grandes feitos e, certamente, gastarão bons trocados com propaganda na mídia.
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Atrasos e mediocridade
Guardadas as devidas proporções, o novo aeroporto de Goiânia e o Estádio Olímpico se assemelham ao que ocorreu com a Ferrovia Norte-Sul e ainda vai acontecer com a transposição do Rio São Francisco. Atraso injustificável para o término de duas obras que deveriam ter sido concluídas em dois a três anos, no máximo. A licitação para o novo aeroporto foi realizada em 2005 e ganha pela Odebrecht, a empreiteira-mãe das irregularidades no país. Sucessivas paralisações e investigações proporcionaram o ápice da mediocridade com a entrega de um puxadinho aos passageiros em 2011. O valor integral da obra se aproxima de R$ 470 milhões.
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De 17 para 158 milhões
Vexame parecido tem como endereço a Avenida Paranaíba, região central de Goiânia. A licitação inicial, realizada em abril de 2001, estipulava que o Governo de Goiás iria gastar cerca de R$ 17 milhões para a construção do Centro de Excelência do Esporte, englobando Laboratório de Capacitação e Pesquisa, Parque Aquático e o Estádio Olímpico. Hoje, 15 anos depois, o release oficial da Agetop informa que a mesma estrutura não sairá por menos de R$ 158 milhões. Curiosidade absurda: a Agência Goiana de Esporte e Lazer (Agel) divulgou em 2010 que o novo Estádio Olímpico fazia parte do programa da candidatura de Goiânia como uma das sedes para a Copa do Mundo de 2014.
O contribuinte que se dane
Como se vê, não há limite para invenção e descaramento quando o assunto é obra pública em Goiás nas últimas décadas. Enquanto isso cogita-se a possibilidade de abertura de licitação para ampla reforma no Centro Cultural Oscar Niemeyer, complexo que ganhou finalidade esportiva e nem chegou a ser totalmente concluído. Num aspecto os governos federal, estadual e municipal se equivalem: o que mais importa é iniciar uma obra atrás da outra, ignorando solenemente os transtornos e o custo final para o bolso do cidadão que paga seus impostos regularmente.
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