Preso em outubro de 2014 após confessar 39 homicídios, o serial killer Tiago Henrique Gomes da Rocha lançará um livro em junho. Apesar de a informação não ser nova, um detalhe chamou a atenção dos goianienses: o polêmico padre Luiz Augusto Ferreira da Silva acompanhou a produção da obra.
O religioso foi exonerado do cargo de analista legislativo na Assembleia Legislativa de Goiás sob suspeita de ser um funcionário fantasma, que recebia sem trabalhar. Ele conheceu o assassino confesso devido ao seu trabalho social de mais de uma década com detentos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Desde a prisão do vigilante Tiago da Rocha, o pároco passou a visitá-lo diariamente. No período, Luiz Augusto ajudou o serial killer a editar o livro, a obra já foi para a gráfica, já tem arte final para a capa e aguarda apenas a impressão.
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O livro será intitulado “Um pouco da história por trás de um serial killer” e será dividido em duas partes. A primeira é um relato de Tiago sobre sua vida como assassino em série e a segunda, sobre sua conversão ao protestantismo.
Outro lado
Depois da repercussão de que estaria envolvido com o livro, o padre foi ao Facebook e publicou uma nota de esclarecimento. No texto, o religioso afirmou que a obra foi escrita somente por Tiago, que nela relata seu arrependimento e conversão.
“Lamento profundamente a repercussão da possibilidade do lançamento de um “livro” pelo Tiago Henrique como se fosse algo absurdo”, escreveu. Confira o relato completo:
Nota de esclarecimento
“As considerações veiculadas nas redes sociais, conforme me foram repassadas logo de manhã, não têm nenhum fundamento.
“Em que momento do meu passado perdi o controle? Tenho dentro de mim um sentimento forte, é uma pena eu não ter direcionado esse sentimento para o caminho certo mas nunca é tarde para isso’’ (…) Trecho do livro
Familiares de algumas vítimas já expressaram, por meio de cartas, o perdão ao Tiago Henrique, mesmo vivendo uma dor irreparável. Acredito que esta é a atitude cristã: condenar o pecado e acolher o pecador, oferecendo-lhe a possibilidade de uma vida nova.
O que causa toda essa repercussão, pelo fato do lançamento de um “livro” por um reeducando, é justamente por muitos não crerem nessa possibilidade. O que coloca em choque não apenas a fé cristã, mas também o judiciário. Como fica então a pratica do evangelho: “estava na prisão e viestes a mim? ”
O Deus que consola os familiares das vítimas, é o mesmo Deus que perdoa e não desiste da salvação de todos nós pecadores.”
Pe. Luiz Augusto
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