Como Veter Martins se sentiu ao receber a notícia de que não seria mais vice de Gustavo Mendanha logo após as convenções partidárias de setembro de 2020?
E como ficou ao descobrir que o seu melhor amigo na política, Vilmar Mariano, seria seu substituto na chapa emedebista?
E, agora, como ficou a sua relação com ambos?
Essas e outras respostas você poderá ler na entrevista exclusiva que o vice-prefeito concedeu ao Aparecida Sem Censura, aqui na Folha Z.
LEIA:
Gustavo
“Foi traumático. Eu não esperava isso.”
Foi assim que Veter respondeu quando questionado sobre a surpresa de ter ficado de fora da chapa que reelegeu Gustavo Mendanha com 95,8% dos votos em Aparecida de Goiânia.
Segundo o vice, que fica no cargo até o final de dezembro, “houve uma guerra” ao longo dos últimos meses que precederam as eleições.
“Muitas pessoas querendo [a vice de Gustavo]. Porque havia e há a expectativa, na visão de algumas pessoas, de que ele saia com 2 anos de mandato, deixando a prefeitura para o vice”, afirmou.
Apesar da disputa, Veter estava tranquilo a respeito da sua permanência.
Filiou-se ao PSD em 2020 e construiu uma base de pré-candidatos em torno do seu nome.
Até a convenção do partido: fez tudo em preparação para se manter no cargo que já ocupa desde 2016.
“Chegou um momento em que isso estava resolvido. O próprio prefeito me falou: ninguém vai mexer mais nisso.”
Mas a disputa pelo cargo gerou uma “pressão muito grande”, relatou Veter.
“Houve uma pressão externa que acabou forçando o prefeito no último momento, depois da minha convenção já feita. Mas eu não consigo dizer de onde veio. Quem pode dizer é só o Gustavo”, contou.
Naquele 16/09, o MDB comunicaria a decisão pela chapa composta por Mendanha e Pastor Romeu, líder evangélico de expressão na cidade.
A escolha do partido surpreendeu Veter.
“Não é porque a pessoa está quieta que ela não tem alternativas. Talvez seja só importante para ela ficar quieta. E, no momento em que fizeram isso, eu mostrei que eu podia me movimentar e que a minha trajetória na cidade não era em vão. Não cheguei aqui por acaso ou por indicação”, relembrou.
Quando descobriu
No dia 16 de setembro, Veter estava no escritório do deputado federal Professor Alcides, na Unifan.
O deputado tinha intenção de levá-lo dali para o anúncio de sua permanência na chapa.
Mas foi nesse momento que a surpreendente mensagem chegou.
“Descobri que não seria mais vice por meio de uma mensagem. Poucos minutos depois, eu também estava na frente do Professor quando meu telefone tocou e eu recebi o convite do governador para ser candidato a prefeito”, revelou.
Naqueles primeiros dias, Veter e Gustavo nem mesmo se falaram.
Os companheiros se enfrentariam em uma eleição depois de 4 anos lado a lado.
Mas ainda havia mais surpresas a caminho.
Vilmarzim
Pouco depois de ser anunciado vice, Pastor Romeu virou notícia novamente ao apresentar uma carta renunciando à posição por “motivos pessoais”.
Para o seu lugar, o MDB escolheu um candidato que teria maior aceitação entre os vereadores e a base no município: o presidente da Câmara Municipal, Vilmar Mariano.
O curioso, no caso, era o fato de Vilmar se o “melhor amigo” de Veter na política aparecidense.
“Vilmar é a pessoa mais próxima de mim na política de Aparecida. Temos uma amizade de mais de 20 anos. Estivemos juntos em todas as parcerias que fizemos”, comentou.
Apesar da situação inusitada, o vice não se surpreendeu e chegou a pensar: “melhor ter aqui me substituindo um amigo do que um inimigo”.
Porém, Veter ficou vários dias sem atender as ligações de Vilmar.
“Eu estava esperando digerir. Porque eu aprendi a não tomar decisões com o coração emocionado ou conversar com alguém se estiver ressentido; para não acabar reagindo com a emoção, que não é a melhor opção.”
Depois desse 1º momento, Veter decidiu telefonar para o amigo.
E brincou: “Te chamo de presidente ou de vice-prefeito?”.
“Vilmar é um amigo do coração. Nossas famílias convivem há anos. Não existe um fato político com grandeza suficiente para interferir nisso”, finalizou.
Desculpas
Com Gustavo, a situação foi mais delicada.
Foram dias sem que eles se falassem. Período em que as informações eram trocadas pela imprensa.
Até que Gustavo decidiu ir até à casa de Veter, acompanhado da 1ª dama Mayara.
“Ele reconheceu que errou e me pediu desculpas. E eu desculpei por entender que o pedido dele foi verdadeiro. Se ele tivesse condição de voltar atrás, ele não faria igual. Não tenho dúvida disso”, relatou Veter.
Para ele, todo esse episódio já se tornou uma “página virada”.
“Tenho amizade com toda a família dele, os pais, a esposa, os filhos. Foi isso que me permitiu desculpá-lo e é isso que nos permite estar juntos de novo hoje”, esclareceu.
Sobre o que teria causado todo o desentendimento, porém, Veter preferiu não discorrer.
“Eu não sei e faço questão de não saber. Perguntem para ele.”
Candidatura
Outro desenrolar desse pleito foi a retirada da candidatura de Veter.
“Eu não tinha nenhuma outra expectativa a não ser cumprir os 4 anos de mandato. Em momento nenhum trabalhei para ser candidato. Não tinha me preparado emocionalmente, psicologicamente”, contou.
Segundo ele, nem mesmo estrutura havia para sua campanha.
“Não tinha um local para receber as pessoas. Minha casa virou um tumulto de gente e isso gerou um transtorno para minha família.”
E esse foi um dos principais motivos para o recuo: um pedido da família.
“Minha família sempre esteve ao meu lado. E me pediu pela primeira vez se eu não consideraria retirar a candidatura”, relatou.
Após se aconselhar com amigos e padres, decidiu que não seria confortável ou oportuno seguir com o plano.
“Não tenho dúvida que eu teria um bom resultado eleitoral. Se eu fosse candidato, o Gustavo não seria o prefeito mais votado proporcionalmente do país. Mas eu não tinha conforto pra isso. Poderia ter ganhos políticos, mas teria prejuízos emocionais muito grandes.”
E o futuro?
Perguntado sobre o futuro, Veter negou estar pensando em 2024 ou mesmo em 2022.
Mas revelou um desejo, que ainda não começou a tirar do papel.
“Eu podia até disfarçar essa resposta, mas a minha construção foi nesse sentido. Pode ser que passe. Mas eu tenho vontade, sim, de ser prefeito e fazer um governo para a cidade que tão bem me acolheu”, contou.
LEIA AS PRIMEIRAS PARTES DA ENTREVISTA:
Veter revela papel das famílias Teixeira e Mendanha em sua vida
Veter: ‘Não tem nenhuma conversa para continuar na gestão’
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