Não é de hoje que o Brasil enfrenta uma grave crise político-econômica. Nada mais natural para uma nação que se redemocratizou há menos de trinta anos e ainda busca construir seus primeiros alicerces republicanos.
Desde a época de Dom João, a incompetência e corrupção acompanham nossos governantes. Somando-se a isso uma conjuntura econômica internacional não tão favorável quanto já fora outrora, o resultado dessa equação não poderia ser outro, a não ser recessão, inflação e desemprego. Ou, no popular: “crise”.
A crise é um dos acontecimentos econômico-sociais mais democráticos que existem em uma sociedade. Pobres ou ricos, patrões ou empregados e também aqueles que perderam seus postos de trabalho, fato é: todo mundo reclama da tal crise. No entanto, apesar de todos os males que ela traz a reboque, precisamos tirar os ensinamentos necessários para que todas as tragédias que têm se abatido sobre nós não tenham ocorrido em vão.
Empresas fechando as portas, funcionários perdendo o emprego…Os efeitos são visíveis aos olhos de todos. O que precisamos analisar enquanto empresários e trabalhadores é nossa parcela de culpa em tudo isso. Até que ponto você ter que pedir falência da sua empresa é culpa da crise e até que ponto a culpa é sua? Será que o culpado da sua demissão foi realmente a situação econômica atual ou será que você não se qualificou o suficiente para manter seu cargo?
Evidentemente, é muito mais fácil colocar a culpa na Dilma, na crise, ou no que quer que seja, do que assumirmos nossa culpa no cartório. Ninguém gosta de pensar que é o responsável pelo fracasso de um negócio ou pela própria demissão. É muito mais cômodo colocarmos a culpa em alguém, assim, ela nunca será nossa.
Entretanto, uma das principais lições que esta crise tem nos ensinado é que devemos aproveitar a época das vacas gordas para nos preparar para as vacas magras, pois mais cedo ou mais tarde, elas chegarão.
Quem utilizou os recursos adquiridos com o bom desempenho econômico do Brasil há alguns anos para se preparar para o momento atual, está pronto para enfrentar a crise tanto em termos financeiros quanto de qualificação profissional. Já quem preferiu dormir sobre os louros da vitória pensando que a época de bonança duraria para sempre hoje está pagando – com juros e correção monetária – pelos erros do passado.
O mundo não vai acabar! Da mesma forma que depois da época de vacas gordas vem a de vacas magras, depois das magras, vacas gordas virão. Só espero que, da próxima vez, você saiba aproveitar o período de bonança para se preparar adequadamente para a próxima crise. Pois se existe uma certeza em se tratando de economia é que as crises acontecem periodicamente. Não podemos evitá-las. A única coisa que podemos – e devemos – fazer é nos preparar para elas.
Você está preparado?
O autor: Samuel Magalhães é Consultor Financeiro, Palestrante e Fundador do Portal www.invistafacil.com
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